Tuesday, 5 March 2013

casa ocupada "Binz" em perigo, Zurich, Suica


*Dia 3 de Março, cerca 2.500-4000 mil pessoas ocuparam as ruas para a marcha "Reclama das ruas" em solidariedade com a casa ocupada "Binz" que existe desde 2006 e o despejo está prevista em Abril.
"Colourful dressed and with several sound systems and even a car with a live punk band on it, the big crowd moved out of the Binz at 23:00, where only a hand full of police was waiting and totally surprised. Until 23:45 the parade was loud and joyful, pyrotechnics was fired and not a single house on the route towards downtown wasn’t sprayed with dozens of tags, stencils and graffitis. At 23:45, as the crowd reached Wiedikon Train Station, police started firing rubber bullets and tear gas, and with support of their water cannon vehicle, they tried to disperse the RTS..."


*Hoje (5 do Março)cerca dos 100 policiais ( com mais do que uma dúzia de vans, dois canhões de água e um caminhão de bombeiros em ação)cercaram a área do Binz. Cerca de 40 pessoas foram examinadas e A polícia também confiscou itens, incluindo computadores e câmeras, que neste momento estão agora a ser analisados ​​e avaliados.

mais informação: 
http://squat.noblogs.org/archives/category/general
http://www.binzbleibtbinz.ch/binz_en.php
http://www.20min.ch/schweiz/zuerich/story/Polizisten-filzen-Zuercher-Hausbesetzer-11136573


Solidariedade com todas casas libertarias,ocupadas, auto-gestionadas, autonomias

Tuesday, 2 October 2012

Projeção de "São Lázaro 94" no Doc.Lisboa 23/10/2012



São Lázaro 94
15’ / Portugal / 2012
CINEMA DE URGÊNCIA
A 25 de Novembro de 2010, em Lisboa, o n° 94 da Rua de São Lázaro, abandonado há 10 anos, é ocupado. No dia seguinte, é despejado pela polícia por ordem da Câmara que afirma ter projectos de reabilitação para o dito espaço. Após mais 2 anos de inacção, é novamente ocupado e despejado. Este filme reúne alguns fragmentos dessa experiência colectiva.


Filme exibido na sessão CINEMA DE URGÊNCIA 1, juntamente com Es.Col.A da Fontinha - Espaço Colectivo Autogestionado / Es.Col.A da Fontinha - Self-managed Collective Space e S'është Lavazh / Not a Carwash.
23 OUT. 19:15 - São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

19:15
São Jorge - Sala Manoel de Oliveira
Igor Dimitri | 13' / Portugal / 2012
CINEMA DE URGÊNCIA
Exibições: 23 OUT
São Jorge - Sala Manoel de Oliveira
15’ / Portugal / 2012
CINEMA DE URGÊNCIA
Exibições: 23 OUT
São Jorge - Sala Manoel de Oliveira
Gentian Koçi | 50' / Albânia / 2012
CINEMA DE URGÊNCIA
Exibições: 23 OUT



Tuesday, 14 August 2012


1. Em 2005 já tinham conhecimento do vazamento da casa? Quem andou a investigar? 
Tivemos conhecimento que a casa estava devoluta porque lá passámos
à porta. Para confirmar, bastou ir à lista, que é pública, de património devoluto
da CML.


2. Qual foi a ligação do grupo entre 24 de Novembro de 2010 e 25 de Abril de 2012? São dois anos que estiveram em plena comunicação para o movimento ser fortalecido? 
É ano e meio em que quem fez uma coisa andou a fazer outras, públicas
e anunciadas. Basta seguir blogs e páginas web, para responder a esta questão.


3. Em que se basearam para escolher a Casa de São Lázaro? Está esta escolha associada ao objectivo da 1ª Ocupação? Ou será também uma estratégia para a ocupação total das casas em devoluto daquela rua?
A estratégia é ocupar e viver a cidade toda, não apenas aquela rua, dado que
a cidade foi construída para isso mesmo, ser habitada e vivida.


4. Porquê o "Habitar é um privilégio, Ocupar é um direito"? A vossa verdadeira intenção não é a actividade cultural na casa?
A intenção é levar o debate para o espaço público, alargando o domínio
do possível. Que as casas tenham vida, seja cultural seja social, é o importante.
As verdadeiras intenções estão em permanente mudança, conforme as
necessidades que nos chegam.


5. Esta "arte" que afirmam ser para "todos" é de certa forma não cumprida quando o objectivo é levar a cultura a quem não a tem, a que nicho é que este "todos" se resumiu?
Se esta arte chega a quem normalmente não consegue "consumir" arte, então
é para todxs, dado que as restantes pessoas já acedem à arte. Ou não é
assim?


6. Como é que podem afirmar não estarem associados a qualquer tipo de actividade política e financeira se toda a vossa iniciativa gira à volta de uma revolta de manifestos contra o capitalismo e a CML?
Quem disse que não fazemos actividade política? A própria existência de S.
Lázaro como ocupação é política, e a própria existência do edifício devoluto é
politica. Em relação a actividade financeira, desde quando um manifesto contra
o capitalismo pressupõe actividade financeira? Ou será que um manifesto
anti violência doméstica pressupõe que andemos a bater nxs nossxs
companheirxs?


7. Porque é que este grupo associado a um movimento supostamente não capitalista e não activista continua a insistir em levar a cabo uma ideologia de revolta e manifestos?
Onde está escrito que somos não activistas e não capitalistas? Ou o
contrario?


8. Se a vossa ideologia vai ao encontro do anti-capitalismo e anti-autoridade, porquê viver dentro do sistema? 
Conhecem algum outro sítio onde viver? Ou querem mandar-nos para
a serra da Lousã, como certa Juíza do Porto? O sistema está em todo
o lado, desdeo centro das cidades capitais até às serranias mais
recônditas. Apenas num sítio nota-se mais que noutros.


9. Se havia espectáculos variados, lojas grátis, discussões livres, porque não terem uma independência financeira total e absoluta que leva a uma auto-suficiência? Não seria esta acção um manifesto mais eficaz e puro?
Porque o absoluto está no céu e na hóstia do padre, nós somos pessoas
como outras quaisquer, com as nossas dificuldades e incoerências. E porque
acreditamos que viver é relacionarmo-nos, não gostamos de independências
absolutas.


10. Se parte de vocês se reviram no discurso da CML referente ao artigo 65º em que "habitar é um direito", porquê abandonar as vossas próprias casas para habitar uma que poderia ser ocupada por quem nenhuma tem?
Porque quem nenhuma tem ainda não tinha ocupado aquela casa. Se o tivesse
feito, procuraríamos outra. Aquela ocupação em nada priva quem quer que
seja do direito à habitação, antes pelo contrario, ajuda a concretizar esse
direito, lançando o debate em geral e recuperando aquela casa em particular.
O que priva é o estado de abandono em que estava e ao qual agora regressou,
com o despejo camarário.


11. Criticam a violação de leis cometidas pelo Estado, mas o manifesto revela-se todo ele ilegal. Será que ficam assim no mesmo estado que a CML?
Não ficamos, porque nao temos 5000 casas devolutas. E porque a CML aceita
implícita ou explicitamente uma ordem de coisas que a nós nunca foram
perguntadas nem connosco decididas, nomeadamente em termos legais. Estamos disponíveis para
em assembleia e horizontalidade definir o que queremos para a nossa
cidade. E isso é totalmente diferente da organização hierárquica e burocrática
da CML.


12. "Temos uma ideia na cabeça, despejem-na se conseguirem!", não será um convite à força policial?  
A força policial não precisa de ser convidada, aparece sempre sem o ser, o que
é manifestamente falta de educação.


13. Qual foi a vossa relação com a jornalista Sandra Coelho do Jornal Sul? Viveu com vocês?
Foi uma relação apaixonada, foi uma curte, foi uma conversa, nunca
a vimos, encontrei-a e achei-a parva. E a vossa relação com a vossa prima?
Tem alguma relevância ou parte destas respostas vão aparecer na Maria?


14.Sendo a desistência de S.Lázaro um sentimento evidente nos comunicados, qual será a próxima iniciativa para fazer face à expressão "Queremos afirmar que estamos aqui para durar até que da árvore do poder todos caiam de podre"?
Porque continuamos aqui, nos blogs e paginas referidas anteriormente, e
nas ruas e onde quer que achemos que queremos estar e nos apeteça estar,
pois temos esse direito conquistado.

Saturday, 23 June 2012

Las familias del inmueble ocupado ’La Utopía’ en Sevilla resisten sin luz ni agua


http://www.diagonalperiodico.net/Las-familias-del-inmueble-ocupado.html


Una mujer de 88 años fue hospitalizada después de que el Ayuntamiento de Sevilla ordenase cortar servicios básicos en este edificio recuperado.


INMA DE PANDO (REDACCIÓN SEVILLA)
VIERNES 22 DE JUNIO DE 2012.  NÚMERO 177
JPG - 44.8 KB
Foto: Hazeina Rodriguez
Las 36 familias que el 17 de mayo se realojaron en un edificio cerrado desde hace años, convertido desde entonces en la corrala La Utopía, resisten el intenso calor sin luz ni agua. Endesa suspendió por primera vez el suministro eléctrico el 30 de mayo, un día después de que las familias manifestaran su intención de hacerse cargo de los recibos de agua y luz. La empresa dio un plazo imposible de 24 horas para regularizar la situación, plazo tras el cual la compañía eléctrica volvió a retirar la luz. El 5 de junio, operarios de la empresa municipal Emasesa cortaron el agua.
La falta de estos suministros es muy grave para todas las familias. Antonia, de 88 años, vive postrada en una cama especial que genera un movimiento de placas sobre el colchón para evitar que su piel se llene de llagas. El corte de luz desinfló su colchón, provocándole una úlcera abierta de cuatro centímetros de profundidad y una infección por la que permanece en el Hospital San Lázaro. Pancho, de 70 años, que vive conectado a una máquina de respiración asistida la mayor parte del día, también estuvo varios días ingresado a causa del corte de luz.
Pasado ya más de un mes desde el realojo, el Ayuntamiento de Sevilla ni siquiera ha contestado, tal y como le obliga la ley, al requerimiento del Defensor del Pueblo Andaluz, José Chamizo, para buscar soluciones entre las distintas administraciones. Tras quedarse sin agua, las familias acudieron al Ayuntamiento, donde una responsable municipal les insinuó la posibilidad de abrir un proceso de retirada de la custodia de los menores, al vivir en un edificio sin suministros básicos.
Dos días después, al finalizar el pleno de la Junta del Distrito Macarena, al que pertenece el edificio de la Corrala, Evelia Rincón, concejala municipal, sólo ofreció la opción de abrir esa noche y la siguiente, durante dos horas, una boca de riego de agua no potable, ante la indignación de las familias.
Por su parte, el alcalde de Sevilla, Juan Ignacio Zoido (Partido Popular), se ha limitado a rechazar en Facebook la masiva petición de “agua y luz para la corrala” y a invitar a las familias a acudir a los servicios sociales, cuando sabe que antes de realojarse en La Utopía han recorrido todos los despachos de las administraciones e instituciones públicas sin obtener solución alguna.
La Asociación Pro Derechos Humanos de Andalucía interpuso el lunes 11 de junio una denuncia contra el Consistorio por hechos que podrían suponer coacciones y amenazas, aludiendo a la retirada de suministros que estaban activos y a las insinuaciones de apertura de procedimientos de protección de menores, con el único fin de amedrentar a las familias.
El camino de la utopía
El edificio de la avenida de las Juventudes Musicales es un ejemplo de la crisis económica a causa de la burbuja inmobiliaria. Ramón López Casal, propietario de Maexpa, antigua empresa propietaria del inmueble (en la actualidad extinguida en Nova Maexpa) está imputado por un escándalo de corrupción urbanística en Arroyo de la Encomienda (Valladolid) y por fraude fiscal en la compraventa de viviendas.
Hasta el 17 de mayo, el inmueble era un espacio cerrado sin perspectiva de cambiar su situación en muchos años. Ahora está lleno de vida. A pesar de las circunstancias difíciles, las familias de la corrala siguen construyendo día a día su “Utopía”. Se organizan en comisiones de trabajo y en asambleas semanales, una por bloque y otra general. Están ejerciendo su derecho a una vivienda digna, yademás lo están reivindicando para las familias que están en su misma situación. Las animan a “que no se resignen, dejen atrás el miedo y la vergüenza y sigan nuestro ejemplo, organizándose, buscando una solución a sus problemas, y ocupando las miles de viviendas vacías que existen en nuestro país”.
EL EJEMPLO DE LA UTOPÍA DA LUGAR A LA CORRALA CONDE-QUINTANA
La historia de la corrala La Utopía ha provocado un despertar organizado de muchas familias sin casa. El 23 de mayo se celebró en este inmueble una multitudinaria reunión con más de 300 personas necesitadas de vivienda. El 13 de junio, cinco familias se realojaron en un edificio abandonado desde hace años en el centro de Sevilla, conocida como la corrala Conde-Quintana (en alusión a las calles que circundan el inmueble).
Este grupo de personas cuenta con el apoyo de miembros del 15M y del vecindario de la zona, que se han acercado a interesarse por su situación. Al igual que las vecinas de La Utopía, reclaman un alquiler ajustado a sus posibilidades económicas. Abogados de la Intercomisión de Vivienda del 15M están ejerciendo como mediadores con la propiedad del inmueble.

Em apoio a São Lázaro, voltámos a entrar na casa


Não para organizar actividades culturais e sociais, como anteriormente, mas para resgatar parte do viveiro que começava a nascer na casa e que a desastrosa acção de despejo, ordenada pela vereadora Helena Roseta e executada pela polícia municipal com o apoio da PSP, deixou para trás.




A Helena Roseta temos a dizer:
Depois das afirmações que fez, usando famílias carenciadas como pretexto para impor uma injustificável - por impossível de tornar justa - acção de despejo, não tínhamos grande esperança que mostrasse maior consideração pelas plantas que estavam na casa e que eram parte de um viveiro que começava a nascer. Uma vez consumado o despejo, a nenhuma autoridade lhe ocorreu que as plantas, deixadas à solidão e secura da casa, acabariam por morrer. Talvez considere esta uma pequena questão simbólica, mas são as pequenas acções que fazem grandes os carácteres. O seu tem dimensão apenas suficiente para se acoitar num gabinete esconso.

À polícia municipal, à PSP e aos respectivos agentes, temos a dizer:
Lamentamos que as vossas instituições sejam usadas para fins pouco nobres, que em nada contribuem para uma cidade de Lisboa com mais vida, socialização e solidariedade, Antes pelo contrário, são vocês quem activa e coercivamente faz cumprir ordens que fazem de Lisboa a cidade que ela é neste momento: vazia, abandonada e em ruína em muitos casos, gentrificada e descaracterizada noutros.
Os agentes que despejaram a casa de S. Lázaro, ao deixarem para trás parte do viveiro que começava a tomar viço, são o exemplo acabado dos comportamentos que desejamos ver desaparecer desta cidade. Desrespeito e insensibilidade mostradas pela Vida, numa espécie de cara-metade da esterilidade asfaltada que povoa a maior parte das nossas ruas e avenidas. Mas por debaixo do asfalto está a terra, por detrás de cada agente um indivíduo. Por isso:
Para aqueles agentes que acham por bem as ordens emanadas de poderes demagógicos e corruptos, temos apenas a acrescentar que vos consideramos peça activa e integrante do actual estado de coisas e como tal impedimento à construção de uma cidade de Lisboa mais bela. Pugnaremos para que possam deixar o quanto antes de ser essa peça e que o vosso feio retrato comece ao pouco a revelar tons mais luminosos.
Para outros agentes, aqueles que entre-dentes nos sussurram que não concordam com a ordem mas têm que profissionalmente a cumprir, dizemos que têm alternativa. Essa alternativa pode não ser fácil, mas é melhor do que trabalhar impondo ordens com as quais não se concorda e que no final degradam e desumanizam os próprios agentes que as fazem cumprir. À injustiça há que dizer não, primeiro deixando de dela ser veículo, depois opondo-se-lhe directamente.

A todos queremos dizer:
Voltámos a entrar na casa, para resgatar as plantas. Com sol e água voltaram as suas folhas a exibir a vitalidade que uma semana de abandono na casa emparedada lhes tinha roubado. São assim um símbolo para esta cidade. Por muitos anos que tenha passado meia emparedada, é sempre possível voltar a exibir todo o seu fulgor. Basta para isso uns quantos jardineiros dedicados. Para isso cá estamos e para isso vos convidamos.

Ass: Solidários com São Lázaro

Friday, 22 June 2012

Biblioteca Infantil do Marquês no Porto: recuperada pelas pessoas, entaipada pela câmara municipal

http://bibliotecapopulardomarques.blogspot.pt/


A Biblioteca Infantil do Marquês foi ocupada pacificamente no dia 16 de Junho de 2012, por um grupo de cidadãos. Este imóvel encontrava-se devoluto, desde 2001, servindo de urinol público e reserva ecológica de baratas. Era alvo de muitas queixas por parte da vizinhança e dos utentes do jardim.

O objectivo do grupo de pessoas que reabriu a biblioteca, passa por querer dinamizar o espaço, devolvendo-o à população, desenvolvendo actividades em autogestão, com a colaboração dos moradores, que desde o início se mostraram apoiantes da iniciativa. Durante os três dias que se seguiram, além da limpeza e organização do espaço, realizaram-se actividades como uma feira de troca de publicações, jogos tradicionais e churrascadas populares.



No dia 19 de Junho, pelas 10 horas da manhã, a Polícia Municipal, acompanhada pela DomusSocial, destruiu e fez desaparecer o equipamento já instalado na biblioteca (mesas, estantes, cadeiras..), e apreendeu os livros, que entretanto tinham sido oferecidos por pessoas que tiveram conhecimento da iniciativa.
O edifício foi entaipado e a porta cimentada, o que deixou indignados alguns dos transeuntes presentes, que não deixaram de expressar a sua revolta perante os funcionários da DomusSocial e os agentes à paisana (que recusaram identificar-se), que chegaram a ser hostis para pessoas que estavam simplesmente curiosas, e a apreender um telemóvel que continha fotos do momento.
Não se conhece nenhum projecto da CMP para o espaço, excepto casos de cedência transitória a entidades comerciais privadas.

Após o despejo, continuaram a surgir propostas de doações e actividades para o local, assim como pessoas vizinhas que lá se dirigiram para entregar livros e beneficiar do espaço, encontrando-o fechado.
Entretanto, os livros apreendidos foram já resgatados.

No final da tarde do mesmo dia realizou-se a assembleia, como previsto, onde se decidiu reabrir a biblioteca no fim-de-semana de dia 30 de Junho e 1 de Julho, com livros, pinturas, workshops de edição, jogos e tudo o que mais surgir entretanto.
Ficou agendada uma assembleia aberta para dia 26 de Junho, próxima terça-feira, pelas 19h, seguida de churrascada popular, especialmente direccionada para a organização desse fim-de-semana. Entretanto, este comunicado será distribuído no local e será elaborado um abaixo-assinado com a finalidade de devolver a biblioteca à comunidade.

Apela-se a que tod@s @s simpatizantes compareçam e participem para que possamos continuar a dinamizar o espaço.

Não limitemos a nossa acção ao apoio passivo.

@s ocupantes

Thursday, 14 June 2012

Roseta envia uma carta à Directora do Público





Razões de "incontestável interesse público"?

Às 12h45 de hoje, dia 31 de Maio, estando eu ausente, um grupo de indivíduos, acompanhado por uma jornalista, invadiu as instalações do meu gabinete de vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, na Rua Nova do Almada, tendo tirado fotografias, filmado e tendo um deles vasculhado uma carteira. O grupo foi desocupado pela Polícia Municipal e pela PSP. Quando cheguei à porta do edifício, um pouco mais tarde, deparei-me com um pequeno ajuntamento de apoio aos ocupantes, a quem me dirigi, comunicando que receberia uma delegação de 4 pessoas às 14h00 nos Paços do Concelho. À hora marcada, ninguém compareceu.
A jornalista que entrou com o grupo de indivíduos, não se tendo identificado como jornalista à entrada do edifício, é a jornalista Ana Henriques, do vosso jornal.
Afirma o Código Deontológico dos Jornalistas que "o jornalista deve utilizar meios leais para obter informações, imagens ou documentos e proibir-se de abusar da boa-fé de quem quer que seja. A identificação como jornalista é a regra e outros processos só podem justificar-se por razões de incontestável interesse público".
A jornalista não se identificou para entrar nas instalações do meu gabinete, mas testemunhou o que se estava a passar e redigiu sobre o caso uma peça colocada no vosso site, em que afirma que "os manifestantes chegaram a vasculhar o gabinete durante alguns minutos à procura da vereadora"; os funcionários municipais que trabalham no meu gabinete foram filmados e incomodados nos seus locais de trabalho, numa clara violação dos seus direitos individuais, devidamente assinalada no momento, mas sobre isso a jornalista não se pronunciou, nem solicitou qualquer reacção minha ou do meu gabinete.
Assim, cabe-me perguntar à Direcção do jornal Público quais as "razões de incontestável interesse público" que justificam o comportamento assumido esta manhã pela jornalista Ana Henriques.
Aguardo pública divulgação desta carta e resposta do vosso jornal.

Helena Roseta


Nota da Direcção - A jornalista do PÚBLICO não utilizou qualquer meio desleal para obter informação. Como pedido pela editora do Local Lisboa, estava a reportar a desocupação do espaço da Rua de São Lázaro, quando o grupo de "ocupas" saiu para a rua em protesto. Sem conhecer a sua intenção, a jornalista seguiu o grupo até à Baixa. À entrada dos escritórios da CML, o grupo falou com o segurança na recepção e entrou no elevador. A jornalista acompanhou-os e testemunhou a acção, tal como a nossa colega da Lusa. A porta-voz da vereadora, que assistiu à ocupação, em momento nenhum pediu às jornalistas para se retirarem e cumprimentou a repórter do PÚBLICO. Só por absurdo iria a jornalista identificar-se com o cartão quando é conhecida pessoalmente pela porta-voz da vereadora.

Monday, 11 June 2012

A Devolução do Recheio de São Lázaro



«Entre os dias 25 de abril e 31 de maio de 2012, durante a ocupação do imóvel n° 94 da rua de São Lázaro, em Lisboa, desalojado por ordem da Vereadora Helena Roseta, limparam-se do imóvel vários quilogramas de dejetos de pombo, que se haviam acumulado no edifício ao longo dos anos em que este se encontrou devoluto, por incúria da proprietária, a Câmara Municipal de Lisboa.

A CML reclamou a sua propriedade. Como tal, deve ter direito ao recheio do imóvel. Não querendo ser novamente acusados de roubar e abusar do bem-público, vimos hoje devolver à legítima proprietária, representada na pessoa da Veredora Helena Roseta, os dejetos de pombo, sua pertença. Pensámos re-utilizar esta matéria para compostagem, mas como são um bem que manifestamente não nos pertence, esperamos agora que a Sra. Vereadora lhes dê um uso, no mínimo, tão nobre quanto o que lhe tínhamos destinado.

Desejamos ainda as maiores felicidades aos novos habitantes de S. Lázaro, 94, as "famílias carenciadas" que a Sra. Vereadora advoga como sendo quem tem prioridade para habitar o imóvel. Neste caso, as famílias carênciadas de pombos que já tiveram oportunidade de ocupar o edifício, fruto do emparedamento do mesmo com as janelas escancaradas, e de iniciar uma nova fornada de matéria para compostagem.

11-06-2012
Núcleo columbófilo de S. Lázaro 94»

Fonte: http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/7895

Friday, 8 June 2012

7º COMUNICADO DA ASSEMBLEIA DE SÃO LÁZARO


I

Acerca da resolução fundamentada que a vereadora Helena Roseta entregou no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa (o instrumento usado pela autarquia para ultrapassar a suspensão do despejo decretada pelo tribunal, mediante o qual, supostamente, se deixa inequívoco o "interesse público" da desocupação do n.º 94 de São Lázaro), e sem prejuízo de virmos a exercer o direito de o contestar em local próprio, temos a dizer o seguinte:


* Se de facto a CML é “dona e legítima proprietária” (ponto 1) do imóvel, por que razão, desde a saída dos últimos inquilinos em 2005 até ao presente, e mesmo após a breve ocupação em Novembro de 2010, não foi adoptada qualquer projecto ou simples medida que impedisse a deterioração do seu estado de conservação (ponto 8)? Para reduzir o agravamento das condições de preservação do imóvel bastaria apenas fechar algumas portadas e selar outros pontos de fuga, impedindo a infiltração das águas da chuva, a entrada de pombos e dos respectivos dejectos, entre outros. Tais medidas, de imediato e obviamente realizadas por todos nós, não implicariam quaisquer encargos adicionais para a autarquia e demonstram por conseguinte o profundo desprezo a que foi votado o imóvel pela sua “dona e legítima proprietária”;


* Ainda relativamente ao ponto 8, honra-nos bastante que os próprios documentos utilizados pela vereadora Helena Roseta para demonstrar o estado de preservação do imóvel não sejam aqueles que uma vistoria técnica competente prevista pelos programas de reabilitação da câmara facultariam, caso tivesse existido de facto uma vistoria; refira-se que o contexto de tais fotografias reporta-se precisamente ao momento de redacção de um relatório que desse conta dos problemas do imóvel passíveis de serem facilmente solucionados, sem recurso a financiamentos exorbitantes, o que aliás foi feito e constitui método;


* A campanha alegre aludida pelo ponto 10 (candidatura a espaços para actividades sociais ou culturais), prometendo paternalisticamente a possibilidade de surgir um espaço com essa tipologia, sugere a nossa ignorância da mesma, o que é falso; já conhecemos, já tentámos e já esperámos: demasiado;


* Os restantes pontos são uma enxurrada de incoerências lógicas temperadas com um discurso hipócrita e eleitoralista, recorrendo à figura das “famílias carenciadas” (pontos 14-16) como forma de justificar a actuação da vereadora enquanto paladina do interesse público; havendo velhacaria para tudo, recorre-se inclusive à função “social e habitacional” da câmara e do seu zelo em garantir o “direito à habitação” de tais famílias com “carências socioeconómicas”;

* Ora, pondo de parte a crónica ingerência e incúria da autarquia (visível em centenas de prédios de que a mesma é “dona e legítima proprietária”) em matéria de reabilitação urbana e do seu papel regulador do direito à habitação, pergunta-se: se de facto o imóvel em questão não está em condições de habitabilidade (ponto 19), porquê a celeridade em querer desocupá-lo, justificando tal acção para que o mesmo seja logo…habitado? Atente-se que a sua inclusão em programas de reabilitação urbana, como o PIPARU (ponto 22), não é, de todo, garante da sua atempada e imediata intervenção com vista a esse objectivo; pelo contrário;


* De facto, o programa PIPARU tem sido desde a aprovação do respectivo empréstimo pela AML (120 milhões de euros, dos quais apenas 25% se destinam à reabilitação de imóveis públicos para habitação) em Dezembro de 2009 marcado pelo desfasamento dos seus objectivos; está-se bastante longe das palavras do presidente António Costa quando este declara em Abril de 2009 que “Assim que a AML aprovar este modelo de financiamento o programa pode arrancar imediatamente”; mesmo depois da aprovação do empréstimo pelo Tribunal de Contas, a declaração da existência de planos para São Lázaro foi invocada para justificar o primeiro despejo em 2010, com os resultados que se conhecem. O que tem caracterizado o PIPARU são baixas taxas de execução (20%, 9,6 milhões de euros), a pouca agilidade dos gabinetes competentes na sua gestão e os atrasos na intervenção, mesmo em bairros prioritários e dados à gentrificação, como Alfama. Não nos surpreende por isso que o mesmo tenha sido, dois dias antes da publicação do despacho da vereadora, amplamente criticado por todos os quadrantes políticos em Assembleia Municipal, resultando na rejeição do orçamento em que o mesmo vinha ajustado;


* Estamos em Junho de 2012 e as intenções reais da câmara e da vereadora relativamente a São Lázaro 94 são o que parecem: uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Se as suas intenções de “vistorias pormenorizadas” (ponto 23) obrigavam a que o prédio não contivesse vivalma (ponto 24), como convém e como é apanágio de inúmeros imóveis de que a câmara é proprietária, perguntamos se a solução de emparedamento do mesmo é preferível a que este permanecesse de portas abertas; torna-se demasiado flagrante a leviandade neste assunto da vereadora Helena Roseta;


* Concluindo, e relativamente aos pontos 25, 26 e 28, que assinalam o prejuízo que a ocupação, genericamente, constitui para o interesse público e para eficácia de execução dos programas de reabilitação dos vários imóveis devolutos, cabe-nos reiterar o seguinte: a experiência de São Lázaro 94 constituiu a prova inequívoca de que é possível a quaisquer habitantes de Lisboa recuperarem e transformarem em poucos dias e autonomamente um prédio abandonado num centro social e cultural alheio às lógicas financeiras e aos jogos político-partidários que desde sempre vêm tolhendo a gestão da CML; é falso que a iluminação do edifício fosse feita através de velas; existe má-fé na menção de uma infiltração pontual. O principal obstáculo ao cumprimento do direito à habitação é apenas e só a própria câmara, que entrega abusivamente os seus imóveis ao abandono e à especulação e pretende ser capaz de
administrar e gerir uma gigantesca máquina burocrática sujeita aos buracos orçamentais do erário público, aos interesses que o cercam e que permanece distante das reais necessidades das pessoas;


II 


Acerca dos acontecimentos decorridos no dia 31 de Maio, posteriormente ao despejo, cumpre-nos asseverar que:

* Rejeitaremos sempre encetar ou retomar negociações com quem actua recorrendo à força, a agentes infiltrados, ao abuso coercivo e à trapaça, usando a polícia para salvaguardar as suas intenções só para depois expiar mediaticamente o cometido através de promessas de diálogo; a postura da vereadora Helena Roseta foi torpe; as declarações do presidente António Costa sobre a mesma actuação policial são falaciosas e para inglês ver;


* A manifestação que teve lugar no mesmo dia a partir das 19h00 no Martim Moniz remete-nos uma outra vez para a natureza dos comentários feitos pela vereadora sobre a “rua” e a sua verdadeira noção de democracia: "Não sei o que iremos conseguir com estas formas de cidadania que estão a procurar inventar-se um pouco por todo o lado e também aqui, em Lisboa. O que sei é que a rua pode ser, e está a ser, o “espaço público” de que a democracia precisa para viver e crescer […] Não podemos deixar que este “espaço público” nos seja roubado. Saberemos defendê-lo com convicção e civismo. Na rua e nas redes sociais, saberemos demonstrar o que queremos e o que não queremos"

* O que se passou então nessa manifestação, conforme vários testemunhos, imagens e vídeos ilustram foi deveras grave; para lá dos rótulos de “violentos” com que um ou outro relatório e a comunicação social nos mimam, a verdade é que a Polícia de Segurança Pública deixou-se de quaisquer subterfúgios que ainda poderia encerrar e procedeu, à descarada, à perseguição ilegítima dos manifestantes em correria, estando todos os agentes revestidos a armaduras e capacetes, aptos sim a responder a acções armadas de guerrilha urbana, empunhando cassetetes, pistolas, caçadeiras e até um lança-granadas;


* Cerca de duzentas pessoas foram acossadas sob coacção física durante dezenas de metros pela Avenida Almirante Reis, como se de mero gado tresmalhado se tratassem, desde o Intendente até ao adro da Igreja dos Anjos; os manifestantes assistiram ainda à chegada absurda e ridícula de um grosso aparato policial que no fim era composto por cerca de 15 carrinhas do corpo de intervenção e respectivos soldados;


* Cerca de um quarto do grupo original foi sequestrado e impedido de sair para lá da área das escadarias da Igreja dos Anjos; o cerco, composto por elementos da mesma força policial, foi-se progressivamente encurtado durante cerca de hora e meia, actuando no sentido de submeter psicologicamente os manifestantes, tornando latente a ameaça de intervenção física, e não apresentando qualquer razão para o sucedido; posteriormente, todos os elementos deste mesmo grupo foram revistados e identificados de acordo com as recomendações de um tal relatório que referencia alguns de nós como violentos, sem que tivessem sido encontrados quaisquer objectos que pudessem sequer remotamente justificar o injustificável;


* Não pretendemos ocupar-nos mais do camaleão político que estará doravante e para sempre directamente implicada a esta nojenta e promissora actuação da PSP; tampouco lhe queremos sugerir que tenha uns poucos pingos de vergonha e que se demita; o que sucedeu no dia 31 de Maio após o despejo de São Lázaro extravasa em muito a sua inépcia em lidar com um movimento social que decidiu actuar para lá dos regulamentos que norteiam a deficiente gestão camarária de imóveis. Queremos afirmar que estamos aqui para durar até que da árvore do poder todos caiam de podre. Não nos vergamos, não nos ajoelhamos, não cedemos. Continuaremos a levantar prédios e vizinhanças enquanto prédios houver para o fazer.

A Assembleia de São Lázaro 94, 06/06/2012 

Thursday, 7 June 2012

"A CML tem 10 dias úteis para dar utilidade pública a este edifício"



"Vem-se por este meio informar a Câmara Municipal desta cidade que tem 10 dias úteis a contar a partir da presente data para reabilitar ou dar alguma utilidade pública ao edifício, ou o mesmo passará a estar disponível para quem dele necesite para fins de habitação e/ou para realizar actividades de ordem social ou cultural."  Uma semana após o despejo de São Lázaro, os Indignados Lisboa deixaram esta notificação em prédios abandonados pela autarquia e enviaram-na por email para a CML. Fotos no facebook.

Tuesday, 5 June 2012

Casas ocupadas em Madrid pelo direito à habitação






Trezentas pessoas participaram ontem em Madrid na libertação de várias casas que tinham sido expropriadas pelo banco Bankia às respectivas famílias, e que permaneciam vazias e entaipadas. O objectivo foi denunciar a violação do direito à habitação por parte dos bancos, libertar casas para usufruto das pessoas que foram desalojadas ou que não podem ter acesso a uma habitação e expressar nas ruas que a libertação de casas é uma forma legítima de exercer o direito à habitação: “os direitos não se concedem, conquistam-se”.
Foi o início de um mês de acções contra os bancos e contra a Bankia, a maior imobiliária do país, responsável por 70% dos desalojos em Madrid, e que está a ser resgatada com dinheiros públicos.

Mais informação:
http://madrid.tomalaplaza.net/2012/06/03/abrimosbankia-cuatro-viviendas-de-bankia-liberadas-en-sebastian-elcano/