Teve lugar no passado dia 11 de Maio
uma inspecção técnica ao edifício, realizado por um profissional com larga experiência em edifícios velhos e abandonados. O relatório conclui que as deficiências encontradas se devem “ao abandono durante anos”, que nenhuma delas afecta ou ameaça “a segurança estrutural do edifício” e ainda que a ocupação actual “favorece a sua melhoria”.
Fica assim desmontada, com factos e argumentos técnicos, a informação
falsa divulgada através dos média, na voz da vereadora Helena Roseta, de que o
edifício “corre risco de derrocada”, e de que por isso
precisaria de um “projeto de recuperação orçado num milhão de
euros, que não pode ser financiado neste momento”.
As áreas do edifício relatadas como
sensíveis tinham já sido isoladas pelos ocupantes. O relatório torna
claro que temos total capacidade para realizar as obras de
rectificação que garantem a segurança e habitabilidade do
edifício. Na verdade, essa reabilitação já está em curso desde a
ocupação a 25 de abril, pelas nossas próprias mãos e sem um
cêntimo que seja do orçamento camarário.
O relatório da inspecção pode ser
consultado aqui.
A conclusão do relatório é a seguinte:
A conclusão do relatório é a seguinte:
AVALIAÇÃO FINAL
A
situação actual do edifício deve-se ao seu abandono durante anos.
Uma acumulação
progressiva de resíduos e lixo na rede de escoamento pluvial originou a acumulação de água em zonas pontuais, que está no origem das humidades e falhas locais na estrutura do edifício. Estas falhas não têm implicações na restante estrutura do edifício,
permanecendo este estável e seguro nas zonas onde não se
identificou humidade (como se demonstra no relatório).
Os edifícios
são projectados para que neles se viva , as pessoas são tão
importantes como os elementos estruturais, para que estes últimos se mantenham saudáveis. As pessoas são também um elemento construtivo. Um edifício vazio e
abandonado gera deficiências significativas, como as que encontrámos neste, que não só prejudicam a sua estrutura, como poderá prejudicar a dos edifícios contíguos.
É
necessário habitar este edifício para que se possa resolver o
problema da humidade, para que a casa recupere a sua vida. A situação
actual favorece a sua melhora, deixou de ser um ninho de humidade,
sujidade e dejectos de pombo, que em pouco tempo afectaria a
vizinhança, para ser
uma oportunidade de regeneração construtiva e social.
A
avaliação aqui descrita, assim como as obras de rectificação
são as medidas mínimas necessárias para assegurar a segurança do edifício e permitir a sua habitabilidade, sendo posteriormente
necessário uma reabilitação para melhorar as condições
interiores, não sendo esta melhoria necessária estruturalmente.
Independentemente do meu apoio à causa, as conclusões que tiram desta peritagem são excessivamente peremptórias. Primeiro, e falando como arquitecto, um arquitecto, mesmo que muito experiente, não é o profissional indicado para este tipo de peritagem. Segundo, mesmo sem derrocada iminente, o relatório descreve problemas consideráveis de habitabilidade e pressupõe obras urgentes. Ou seja, será necessária uma intervenção que não se fará apenas com boa vontade. Um relatório conclusivo terá a participação de um engenheiro civil experiente neste tipo de estruturas e incluirá uma estimativa orçamental das obras necessárias - assim sim, se poderá contrapor a posição da CML. Senão, parece-me que se fica um pouco a meio do caminho.
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ReplyDelete"Não há nenhuma indicação ou profissional para este tipo de experiência"
ReplyDeleteEm Espanha, os peritacioens estruturais levadas a cabo por um arquiteto, o título de arquiteto é legalmente correto. Desde sua formação em Espanha equivale a um engenheiro civil, você pode se inscrever para qualquer projeto de construção.
O relatório descreve apenas a situação estrutural do prédio, então você precisa de um "Plano de Reabilitação", que descreve as etapas.
1.precisa trabalho.2.Tempo Personificação 3. Condições de segurança no trabalho de funcionários 4. A execução do orçamento.
Não concordo com sua avaliação, o relatório é, portanto, um primeiro documento completo é o primeiro passo, primeiro, o que é necessário para que as pessoas saibam que o edifício tem uma estrutura estável, e em seguida, escrever o plano de "reabilitação"
abraços!
outro arquiteto
Como acho que se percebeu, não coloco em causa a boa vontade nem sequer a competência de ninguém, mas para o efeito pretendido, em Portugal, junto das autoridades portuguesas e, eventualmente, dos seus tribunais, mantenho a minha opinião de que aquele documento carece de um maior desenvolvimento - incluindo uma avaliação orçamental - e da participação de um engenheiro reconhecido legalmente como tal. Em Portugal, um arquitecto espanhol, independentemente da sua formação, não é reconhecido como equivalente a um engenheiro. E até sei que tipo de formação está em causa, visto que também estudei em Espanha. Repito: parece apenas uma questão formal e de maior detalhe, um preciosismo meu, mas tudo isso poderá contar mais tarde a favor de ou contra esta causa.
ReplyDeleteAbraços
depois
ReplyDeleteO relatório está muito fraco e tendencioso.
ReplyDeleteDeve ser feito também uma avaliação por parte de um engenheiro civil.